1. A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil é uma mais-valia a que níveis na sua área de inserção?
Quando Falamos em economia, falamos em dinheiro. Qual é o papel que o dinheiro tem na vida? De uma forma muito clara (…) o dinheiro é uma forma de trocar um bem qualquer por outro, supostamente, por detrás do dinheiro está uma forma de outra pessoa poder ir comprar outras coisas. (…) mas não existe nada disso, se não houver um meio sustentável.
O papel das áreas protegidas é de alguma forma salvaguardar recursos naturais, é criar condições e integrar a comunidade dando-lhe alguma formação em relação a hábitos, ou sensibilizando para alguma questão em particular, pode ser para a existência de uma espécie, quando falamos de uma espécie fala-se do habitat dela, tudo o que nós pudemos fazer para tornar as coisas mais sustentáveis (…) Se nós salvaguardarmos algumas espécies que vão equilibrar, digamos assim, o nosso meio ambiente, salvaguardamo-nos também de alguma doença, ora, a saúde é um peso económico para o nosso estado.
2. A Paisagem Protegida é muito importante para esta área? Porquê? Considera que a riqueza desta área é algo que não se pode nem se deve perder? Porquê?
A área verde é mais do que tudo para já, a quantidade de oxigénio que está disponível para nós.
Agora nós, uma das nossas funções básicas, é respirar. Às vezes as pessoas até se esquecem disso, andam sempre a correr de um lado para o outro. Esquecem-se do seu habitat natural. A mais valia de existirem áreas protegidas é uma vantagem de alerta contínua, ou seja alguém que está a fazer observações (…) coloca problemas a um grupo técnico e esse grupo técnico resolve o que pode resolver em campo e promove outras acções a níveis nacionais até. (…) As áreas protegidas estão cada vez mais sobre uma pressão e uma tensão. Podia existir outro tipo de associações que comunicassem entre si e que partilhassem conhecimentos.
3. O que diferencia a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil de outras áreas não protegidas?
A paisagem protegida não é composta só por espaços verdes, são muito essencialmente a arriba fóssil. A arriba fóssil pode ser vista de várias formas, são espaços de observação e de questionamento. Podemos questionar sobre o aumento da população, as deslocações, o controlo delas, da mesma forma que fazemos isto com os humanos, também podemos fazer isso com os animas, há uma cadeia alimentar, As espécies quando de alguma forma não intervimos equilibram-se, mas nós, humanos estamos sempre a intervir (…) é um combate à consciência.
4. Qual o estado da floresta que faz parte da paisagem?
A Paisagem protegida da arriba fóssil e a floresta têm 1750 km2, está dividida em várias unidades de paisagem, na praia, cordão dunar, duna primária, secundária, na arriba e na Mata dos Medos. Estas são as unidades de paisagem e depois têm as unidades de flora onde a vegetação tem características diferentes: Na zona de praia uma das plantas mais comuns é o cacto marítimo, estas plantas instalam-se de uma forma natural. O conceito que há de dunas é o de areias que se movem, demoram algum tempo a fixarem-se. Em cima temos a Reserva Botânica que é a Mata dos Medos, tem 338 espécies florestais, com características típicas mediterrânicas. (…) Muitas das espécies são tipicamente mediterrânicas e assim estão muito adaptadas a este clima. A Acácia, muito adaptada a este clima, combate as outras espécies. (…) a utilização de algumas espécies de alguma forma, fez com que as desconhecessem as que não trabalhavam. (…) Pretende-se também controlar a intervenção do homem.
7. Existe algum tipo de aproveitamento económico ou de outro tipo desta área protegida?
Apenas a venda de pinhas.
8. Sendo a Senhora uma vigilante da natureza já viu de tudo um pouco. Conte-nos algumas histórias que a tenham marcado mais tanto positivamente como negativamente.
As experiencias mais negativas que eu possa falar é sobre a fiscalização (…) algumas delas passaram de ameaças a actos.
A maior valia que eu ganhei em ser vigilante da natureza foi entender que os ecossistemas são abertos (…) a observação em estar sozinha num espaço “selvagem”.